segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Rubinho, Rubens, Rubão?

O fator psicológico, a confiança de que vai chegar lá, a própria expectativa criada por si próprio e todos que o cercam para um resultado, são absolutamente fundamentais para o sucesso em qualquer ramo de atividade.
Tem sido assim com Rubens Barrichello. Surgiu como promessa. Piloto rápido em início de carreira, destacou-se na pequena Stewart, onde conseguiu alguns bons resultados, depois de ter passado pela jordan, onde teve altos e baixos com o Irvine.
O grande problema de Rubinho foi a morte de Ayrton Senna. Com a ausência do insuperável ídolo, foi eleito o substituto imediato, sem que o mesmo tivesse carro para isso. Teve até alguns bons resultados, mas efetivamente não teria condições de lutar por alguma coisa com uma Jordan.
Mais tarde, depois de alguns bons resultados com a Stewart, ganhou uma vaga na Ferrari. Aí é que as cobranças - até naturalmente - pesaram sobre ele. Teria que encarar como companheiro de equipe o melhor piloto da atualizdade (Michael Schumacher) e superá-lo a ponto de ser o primeiro piloto da equipe. Aí é que começou o massacre!
Rubinho foi massacrado dentro da Ferrari. Porque não conseguia superar seu colega de equipe e, em consequência disso, a equipe passou a trabalhar para Schumacher, deixando-o em segundo plano.
Massacre esse, que destrói a cabeça de quqlquer indivíduo. Alguém sob pressão, que tenta superar um adversário muito bom, que tem privilégios e, por fatores dele próprio, somados com tais privilégios do adversário, simplesmente fariam qualquer um desistir, desabar psicologicamente.
Mas Rubinho continuou, demorou até demais para perceber que, na Ferrari não havia possibilidades para ele. Foi quando saiu para a Honda, que em tese era uma boa aposta - uma marca grande, com histórico de sucesso na fabricação de motores, teria tudo para dar certo. Mas não ocorreu, a Honda fez um dos piores papéis que uma montadora do seu nível poderia fazer na Fórmula 1. Andou sempre do meio para trás e, por muito tempo em último.
A essa altura, o estigma de derrotado, segundo piloto, piloto lento, e muitos outros nem um pouco estimulantes, já caiam sobre as costas de Barrichello.
Ao final da temporada de 2008, com o anúncio da saída da Honda, era certa sua aposentadoria. Com muitos nomes novos chegando, novos pilotos que já haviam mostrado resultado em categorias de acesso à F1, promessas com uma carreira inteira por vir, quem apostaria num piloto com anos de Fórmula 1, que não conseguiu superar seu companheiro de equipe para ser campeão? Era praticamente certa sua aposentadoria.
Mas, apareceu alguém para comprar o que restou da Honda e criar uma nova equipe com o que sobrou desta. Este alguém foi Ross Brown, que saiu da Ferrari para uma empreitada própria. E, como toda nova equipe, precisa de um piloto experiente, capaz de acertar um carro. Bingo: deu Barrichello. Renascia das cinzas a nossa Phoeinix.
Tá. Mas e aí? O cara ia correr na Brown GP. Isso era o resto da Honda, que havia tido desempenho fraco na temporada anterior. Todos apostavam que andaria em último.
Mas não é que, para a surpresa geral eles simplesmente lideraram, com uma folga de quase 1,5 segundos todos os treinos da pré temporada?
Aí vieram as corridas, a Brown GP liderando as primeiras corridas com folga - desempenho também adquirido devido a seu novo difusor de três andares, que fora contestado pelas grandes e não deu em nada, cada um que desenvolvesse seu difusor -, e sempre Button na frente. Barrichello amargando um primeiro semestre desastroso.
Em determinado momento a diferença de Button para o segundo colocado chegou a 28 pontos, era praticamente certa a conquista do campeonato, favas contadas. Mesmo faltando muitas corridas, a diferença era bastante grande.
Mas, não é que em um determinado momento parece que o Button parou? A Red Bull era o inimigo mais forte, na figura de Vettel que conseguiu duas vitórias seguidas, depois foi a vez de Webber.
Mas, chegou a hora de Barrichello. Com a vitória estrondosa em Valência, com um fraco desempenho em seguidas etapas de Button e a segunda vitória de Barrichello em Monza, a diferença cai para apenas 14 pontos.
É muito? É. São 3,5 pontos por corrida. Na prática Rubens teria que tirar quatro pontos por corrida, o que não é pouco. Mas é possível, e não tão difícil de acontecer.
Barrichello tem se mostrado forte, consistente, estando à frente de seu companheiro de equipe nas últimas cinco corridas. Tem o momento psicológico a seu favor - tem estado à frente de seu companheiro de equipe de maneira consistente -, e se continuar assim, pode chegar lá sim senhor.
Independente do que vier a acontecer até o final do campeonato, este foi o ano em que Rubens, por méritos próprios, conseguiu se colocar em condição de disputar um titulo, e, se depender de vontade, ele vai longe, porque ninguém, no alto dos seus 37 anos, tem tanta vontade de ser campeão quanto ele.

Um comentário:

  1. Por mais que falem de Rubinho, acho ele um cara super bacana e sem dúvida nenhuma, merece ganhar um título na F1.

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